A situação das carteiras, que se tornaram um símbolo do descaso, foi confirmada pela Secretaria de Educação de Alagoas. Segundo a secretaria, o mobiliário encontrado no pátio foi deixado ali temporariamente, uma vez que a escola tem funcionado como um ponto de coleta para carteiras substituídas em outras unidades do estado. Para lidar com o problema, a Secretaria anunciou que está apressando a realização de um leilão dos itens inservíveis e, ao mesmo tempo, intensificando a dedetização do local, como uma medida de precaução contra riscos à saúde pública.
Essa situação revelou um aspecto pouco visível do desastre ambiental que Maceió enfrenta, considerado o maior colapso urbano provocado pela mineração de sal-gema em todo o Brasil. Desde 2018, a cidade tem lidado com os impactos desse fenômeno, que forçou a realocação de mais de 40 mil pessoas e resultou na desativação ou transferência de pelo menos 11 escolas estaduais.
A empresa Braskem, responsável por grande parte desse desastre, ainda não se manifestou oficialmente sobre o destino das carteiras escolares. Em resposta aos efeitos devastadores da mineração, o governo do estado de Alagoas divulgou um acordo de 1,2 bilhão de reais para compensar os danos causados, com uma parte desse valor destinada à reconstrução da infraestrutura escolar das áreas afetadas. Esse pacto representa uma esperança para a recuperação das instituições educacionais e para a revitalização da comunidade local, que vem sofrendo com as consequências do afundamento do solo. A situação continua a exigir atenção e ações imediatas para garantir o bem-estar da população e o futuro das crianças da região.









