O diretor executivo da SOS Mata Atlântica, Luís Fernando Guedes Pinto, destacou a relação entre as diferentes tendências de desmatamento e a aplicação da lei federal 11.428/2006, que protege o bioma. Segundo ele, o aumento do desmatamento nas áreas de transição e de fronteira agrícola, especialmente no Nordeste, indica uma deficiência na aplicação da legislação ambiental nessas regiões.
Apesar da queda no desmatamento nas áreas de floresta madura ser considerada uma notícia positiva, Guedes Pinto ressaltou que é necessário comemorar com cautela, pois ainda há muito a ser feito para reduzir as taxas de desmate. Apenas 0,9% das perdas ocorreram em áreas protegidas, enquanto 73% foram registradas em terras privadas.
O Ministério do Meio Ambiente e Mudança do Clima anunciou a previsão de lançar um plano de proteção à Mata Atlântica entre setembro e outubro deste ano. O secretário de Controle do Desmatamento da pasta, André Lima, destacou a importância da aplicação efetiva da legislação ambiental nos 17 Estados onde o bioma está presente.
A lei da Mata Atlântica, implementada em 2006, foi fundamental para reduzir os índices de desmatamento do bioma, que já foram mais altos nas décadas de 1990 e 2000. A expectativa é que a aplicação rigorosa da legislação possa servir de exemplo para a proteção de outros biomas e contribuir para a conservação dos fragmentos de Mata Atlântica presentes em áreas de transição com outros biomas, como Cerrado e Caatinga.