De acordo com informações divulgadas pela associação, a área desmatada foi alvo de práticas ilegais há cerca de seis anos. Sua localização é estratégica, próxima à nascente do Rio Prata, um dos recursos hídricos mais importantes da Chapada dos Veadeiros, reconhecida como um polo turístico e um refúgio ecológico do Cerrado em Goiás. A AQK ressaltou que o desmatamento teve como justificativa a preparação do solo para o plantio de capim, lançando uma luz sobre os interesses econômicos que muitas vezes se sobrepõem à proteção ambiental.
Em resposta às atividades ilegais, houve um esforço de fiscalização que resultou na assinatura de termos de ajustamento de conduta (TAC) e um acordo de não persecução penal com entidades como o Ministério Público Federal (MPF), o Ministério Público de Goiás e a própria AQK. Essas iniciativas são importantes para tentar coibir práticas nocivas ao meio ambiente, mas os resultados ainda estão longe de garantir a proteção desejada.
A Secretaria de Estado de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável de Goiás (Semad) informou, por meio de nota, que a propriedade foi autuada em junho de 2020, devido à destruição de 527 hectares de vegetação, culminando no embargo da área. Em 2022, um TAC foi firmado, obrigando o proprietário a reparar os danos ao meio ambiente, com uma proposta de compensação de 1.200 hectares e pagamento de indenizações que totalizam R$ 210 mil – a serem destinados à comunidade Kalunga e à Secretaria Municipal de Meio Ambiente.
Recentemente, a Semad também anunciou que a situação da propriedade foi regularizada em 2025, permitindo ao proprietário voltar a utilizar o solo para outras atividades agrícolas, desde que todas as obrigações e documentações estejam em conformidade. Esse retorno ao uso do solo, após a reparação de danos anteriores, evidencia os desafios enfrentados na luta pela preservação ambiental e o equilíbrio entre desenvolvimento econômico e proteção das riquezas naturais.