Deslocamento de tropas na UE é dificultado por regras locais e falta de recursos, revela relatório do Tribunal de Contas Europeu.



Recentemente, um relatório do Tribunal de Contas Europeu colocou em evidência uma preocupação significativa com a capacidade logística dos países da União Europeia (UE) em movimentar suas tropas e equipamentos militares rapidamente. Apesar de investimentos substanciais que ultrapassam bilhões de dólares, as nações do bloco enfrentam sérios obstáculos para o deslocamento eficiente de forças, especialmente em situações de emergência.

Um dos principais achados do relatório é que, embora o Plano de Ação de Mobilidade Militar, implantado em novembro de 2022, tenha sido uma iniciativa com boas intenções, sua execução falhou em atender as demandas operacionais reais. A quantidade de recursos alocados para facilitar o transporte de tropas e equipamentos pesados se mostrou insuficiente; os cerca de R$ 10,2 bilhões previstos já foram utilizados até o final de 2023, e a expectativa é de que essa lacuna de financiamento persista até 2027.

Além da questão do orçamento, há também limitações práticas que comprometem a eficácia desses deslocamentos. Por exemplo, se um tanque ou veículo militar excede o limite de peso estipulado pelas normas de trânsito de um país, ele poderá necessitar de desvios complicados que podem atrasar seu transporte. Isso significa que, em situações críticas, a dedicação de uma logística eficiente pode ser comprometida pelo cumprimento de regulamentos locais.

Outro ponto crucial mencionado no estudo é a responsabilidade pela defesa, que, conforme indicou Tony Murphy, presidente do Tribunal de Contas, recai sobre os Estados membros da UE e não sobre as instituições de Bruxelas. Isso gera uma falta de clareza e coordenação nos esforços de mobilização, dificultando a identificação e contato entre as diversas forças armadas dos países europeus.

Com a crescente tensão ao longo da fronteira leste da OTAN, a situação é ainda mais alarmante. Por exemplo, a Alemanha, em uma possível crise, planeja a mobilização de até 800.000 soldados e 200.000 peças de equipamento em um espaço de meses. No entanto, a falta de infraestrutura e recursos pode dificultar esse carregamento, colocando em risco a segurança do bloco.

Portanto, a questão da mobilidade militar na UE não é apenas uma questão de estratégia, mas sim uma necessidade premente em um cenário geopolítico instável, onde a agilidade pode ser a chave para a sobrevivência e defesa do continente europeu.

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