Desespero de brasileiro com família no Líbano: ‘Todos ficam se perguntando se vão bombardear’



No coração do vale do Beqaa, no Líbano, um franco relato do brasileiro de origem libanesa, Mohamad El Kadri, revela a angústia e o desespero que afligem famílias na região afetada por uma grave escalada de tensão entre Israel e Hezbollah. O presidente do Fórum Latino Palestino expressou sua preocupação com o estado atual de seus entes queridos que permanecem no Líbano, em meio a um cenário de conflito e incerteza.

A cidade de Gaza no Líbano, que compartilha o nome com a notória região palestina, abriga aproximadamente sete mil habitantes que buscam abrigo dos confrontos no sul do país. Mohamad, que normalmente visita sua família anualmente, se vê incapaz de reunir-se com eles este ano. “Minha irmã mora lá — não é que ela foi passear, ela mora lá —, e eu costumo visitá-los praticamente todo ano”, lamentou, evidenciando a dor da separação em tempos tão difíceis.

Desde o início de outubro, Israel intensificou suas operações no sul do Líbano, realizando ataques aéreos enquanto suas tropas de terra enfrentam o Hezbollah em uma batalha potencialmente devastadora. A situação é agravada pelos constantes voos de aviões de combate sobre a cidade, provocando medo na população. “As pessoas se perguntam se os aviões estão apenas observando ou se vão bombardear”, ressaltou El Kadri, descrevendo a atmosfera de apreensão que permeia a vida cotidiana na região.

Enquanto alguns membros da família de Mohamad tentam se inscrever na embaixada brasileira para repatriação, outros oscilam entre a esperança e a desilusão a cada comunicação sobre voos de resgate. Ele compartilhou a aflição de aguardar por notícias e de lidar com a angústia que acompanha essa espera. “Quando chega o avião eu pergunto: ‘Você está vindo?’ e a resposta é sempre negativa — a gente fica desesperado”, contou.

E em meio a essa turbulência, Mohamad expressou sua indignação diante da brutalidade do cenário. “Estamos no século XXI, e ainda assistimos, ao vivo e a cores, a essa matança”, refletiu, destacando não apenas a tragédia pessoal que ele vivencia, mas a dor coletiva que transcende fronteiras, evidenciando a complexidade e as consequências do atual conflito no Oriente Médio. A crise, que se intensifica diariamente, continua a deixar marcas profundas na vida de todos os envolvidos.

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