Desembargador do TJSP convida juízes para fim de semana em resort de luxo no Guarujá em meio a polêmicas monetárias.

O desembargador Heraldo de Oliveira, presidente da Seção de Direito Privado do Tribunal de Justiça de São Paulo (TJSP), está no centro de uma polêmica após convidar colegas do Judiciário para um fim de semana no resort Jequitimar, localizado em Guarujá. O convite foi feito por uma Câmara de Conciliação nomeada por magistrados paulistas em processos de varas empresariais e que conta com a participação de advogados envolvidos em ações milionárias, algumas das quais foram julgadas pelo próprio desembargador Oliveira.

O passeio luxuoso aconteceu recentemente no hotel cinco estrelas no litoral sul de São Paulo, levantando questionamentos sobre quem arcaria com as despesas de hospedagem e passagens. Logo após a realização de um evento pela Escola Paulista da Magistratura (EPM), da qual Oliveira não é diretor, que contou com a presença de advogados da Med Arb, câmara de conciliação presidida por Elias Mubarak, o convite para o fim de semana no resort foi feito.

A EPM, órgão vinculado ao TJSP e sediado em São Paulo, organizou um simpósio sobre mediação, arbitragem e Poder Judiciário, reunindo juízes, desembargadores, ministros do Superior Tribunal de Justiça (STJ) e membros da Med Arb. Durante o evento, a câmara de conciliação convidou os participantes para um almoço e posteriormente ofereceu o convite para o final de semana no Guarujá.

O convite feito a diversos desembargadores levantou questões éticas e colocou em evidência a relação entre membros do Judiciário e advogados envolvidos em casos de alta complexidade e valor. O presidente da Med Arb, Elias Mubarak, atua em casos de recuperação judicial, como o da empresa de ônibus Itapemirim, que possui uma dívida de R$ 2,3 bilhões.

Além disso, como presidente da Seção de Direito Privado, Heraldo de Oliveira é responsável por julgar pedidos de recursos para cortes superiores em processos empresariais, incluindo aqueles envolvendo advogados como Elias Mubarak. A relação próxima entre magistrados e integrantes de câmaras de conciliação levantam questionamentos sobre a imparcialidade e independência do Judiciário.

Procurado pelo Metrópoles, o Tribunal de Justiça de São Paulo afirmou que a EPM tem autonomia para formatar seus cursos e eventos, mas ressaltou que a participação em atividades externas deve ser analisada com cautela para evitar conflitos de interesse. A Med Arb também se pronunciou, afirmando ser uma câmara especializada em disputas corporativas e reestruturação de empresas.

Diante das despesas pagas e dos convites polêmicos, a atitude do desembargador Heraldo de Oliveira e a relação entre membros do Judiciário e advogados envolvidos em casos significativos merecem ser analisadas com rigor visando a transparência e ética no sistema judiciário.

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