Em resposta, o deputado Lelo Maia da União Brasil discordou de Bebeto e destacou que a triagem oncológica é de responsabilidade do município. Ele argumentou que a capital não está cumprindo seu dever e que, diante dessa carência municipal, o Estado tomou providências. Maia mencionou as várias novas unidades implementadas durante a pandemia, que ajudaram a aliviar o sistema de saúde, e informou que a Secretaria de Saúde do Governo Paulo Dantas lançará um Plano de Assistência a Pacientes Oncológicos com o objetivo de assegurar atendimento ambulatorial e pré e pós-operatório, visando zerar a fila de pacientes oncológicos à espera de cirurgias no SUS.
O deputado Doutor Wanderley do MDB também se manifestou, destacando que, em Alagoas, existe uma divisão tripartite nos repasses do SUS, sendo que as prefeituras recebem recursos federais diretamente para realizar tratamentos oncológicos em seus ambulatórios. Wanderley ressaltou que a Prefeitura de Maceió é responsável por receber os recursos do SUS para realizar prevenção, diagnóstico e tratamento em seus próprios ambulatórios. Ele enfatizou que apenas um plano emergencial não resolve o problema e defendeu a necessidade de mudanças no tratamento de base, pois caso a rede municipal não cumpra com seus deveres, isso sobrecarregará o Hospital Geral do Estado.
A deputada Fátima Canuto, presidente da Comissão de Saúde da Assembleia Legislativa, concordou com o colega e defendeu a criação de um Plano Estadual de Oncologia. Canuto enfatizou a importância de oportunidades para realização de diagnósticos precoces e mencionou o Outubro Rosa, mês de prevenção do câncer de mama, e a necessidade de estender a lei que garante prioridade de tratamento para esse tipo de câncer para outros tipos também.
Por outro lado, o deputado Bruno Toledo do MDB ponderou que ao citar casos individuais estamos lidando com exceções, uma vez que a saúde pública não consegue atender a 100% da demanda, principalmente porque a maioria dos alagoanos não possui plano de saúde. Ele elogiou a gestão do governador Renan Filho e destacou a continuidade com o governador Paulo Dantas.
O deputado Delegado Leonam da União Brasil lembrou de sua atuação no início de seu mandato para que o Hospital Chama de Arapiraca e as Santa Casas de Maceió e Penedo voltassem a receber pacientes para tratamento oncológico.
O ex-secretário de Saúde do Estado, deputado Alexandre Ayres do MDB, afirmou que a situação de atrasos nos tratamentos não se resolve apenas com visitas em postos de saúde ou hospitais, mas sim definindo o papel de cada ente público. Ele ressaltou que Alagoas é um dos poucos estados que complementa os recursos para tratamento oncológico nos municípios, de forma discricionária, e defendeu a necessidade de revisar a habilitação dos hospitais públicos para o tratamento do câncer.
Em meio a esse debate, é necessário que as autoridades competentes estejam atentas e trabalhem em conjunto para garantir que os pacientes oncológicos recebam o tratamento adequado dentro do prazo estabelecido, visando salvar mais vidas.