A equipe de pesquisa conseguiu datar um dos ossos humanos encontrados em uma dessas cistas usando técnicas de radiocarbono, revelando que a construção da tumba remonta a cerca de 2000 a.C. Essa marcação se torna um marco significativo, pois é a primeira vez que se obtém uma data de radiocarbono para um enterro em cista nesta região específica do noroeste africano.
Além das estruturas funerárias, os arqueólogos também identificaram uma dúzia de abrigos rochosos adornados com arte rupestre. As gravuras mostram uma gama de desenhos geométricos, incluindo quadrados, linhas onduladas e formas que podem representar figuras humanas ou divindades. Um dos achados mais intrigantes foi a identificação de “marcas de copas” e gravuras “bi-triangulares”, que podem ser interpretadas como figuras femininas.
Essa nova evidência arqueológica sugere que as tradições rituais na península de Tânger são mais complexas do que se pensava. Alguns dos achados, como grupos de grandes pedras verticais, podem ter funcionado como marcadores de território ou pontos de encontro para práticas rituais. As semelhanças na arte rupestre local foram também notadas em relação ao que se encontra no deserto do Saara, indicando conexões culturais mais amplas entre essas regiões.
A pesquisa destaca a importância da península de Tânger como um lugar crucial para a compreensão da pré-história e das tradições rituais na África e na península Ibérica, evidenciando a rica tapeçaria cultural que moldou esta parte do mundo há milênios.