No auge de sua importância, Reims abrigava entre 30 mil e 50 mil habitantes, podendo chegar a uma população estimada de 100 mil em determinados períodos. As escavações revelaram que o local onde foram encontradas as estatuetas era situado a mais de um quilômetro do fórum da cidade, entre o decumanus maximus e o principal curso d’água que atravessa a região.
A domus que foi escavada apresenta uma magnífica entrada decorada com imponentes pilares e uma parede adornada com afrescos que retratam cenas da mitologia, incluindo Aires de Aquiles e Deidamia. Essas representações mitológicas são emblemáticas da cultura romana, e sua descoberta em Reims aponta para a significância cultural que a elite local atribuía aos mitos e às tradições romanas.
As estatuetas encontradas possuem um alto nível de detalhe e qualidade. Uma delas, que representa Marte, o deus romano da guerra, é particularmente notável por seu intricado design de armadura, que inclui a imagem da Medusa em sua couraça, além de um relevo que mostra a loba com Rômulo e Remo, figuras lendárias da fundação de Roma. Outras estatuetas incluem uma deidade desconhecida e um touro, sendo que a figura feminina associada à deidade é vista portando a clava de Hércules, uma serpente e a pele do leão de Nemeia.
De acordo com os arqueólogos, a riqueza decorativa e a qualidade das estatuetas indicam que seus proprietários pertenciam a uma classe alta que se identificava fortemente com a cultura romana, demonstrando um apurado gosto artístico e um elevado status social. Esta descoberta não apenas ilumina aspectos da vida cotidiana na Gália romana, mas também realça a importância de Reims como um centro cultural da época.