Por meio de exames de tomografia computadorizada, os cientistas puderam visualizar o “feto” posicionado de costas, com a cabeça próxima à região abdominal. A análise do tamanho do fêmur, medindo 43 milímetros, sugere que a gestação estava em um estágio inicial, com menos de 30 semanas. Essa metodologia de medição é frequentemente utilizada em ultrassonografias para estimar a idade gestacional, conferindo maior precisão aos dados obtidos.
Além das implicações para a compreensão da gestação na época, a análise da múmia revelou que Montserrat teria morrido entre os 16 e 25 anos. Com um estatura estimada em torno de 1,60 m, a mulher apresentava características singulares, como implantes em diversas partes de seu corpo, incluindo mãos, peito e cabeça. Estranhamente, a densidade desses implantes é comparável a materiais metálicos, uma peculiaridade que levanta ainda mais questões sobre sua origem e função.
Os especialistas decidiram investigar a múmia devido à sua posição incomum, onde parecia estar segurando a barriga com as mãos, o que levou a equipe a acreditar que ela estava grávida no momento da morte. Essa descoberta não apenas oferece uma visão sobre as práticas funerárias da época, mas também desafia as fronteiras do que sabemos sobre a vida cotidiana e gestação em civilizações antigas da América do Sul.
O estudo dessas múmias revela não apenas aspectos culturais, mas também amplia nosso entendimento sobre as complexidades da vida humana no passado, além de nutrir debates sobre a interação das civilizações antigas com suas práticas médicas e sociais. As investigações continuam, na esperança de que mais respostas sejam encontradas nesse intrigante capítulo da arqueologia peruana.