Nesse cenário promissor, o governo estima que a exploração pode gerar bilhões em royalties e criar 20 mil empregos diretos. Delegações de investidores, especialmente da China e do Oriente Médio, já estão de olho na região, com planos de estabelecer fábricas que poderiam transformar Arapiraca em um “Silicon Valley das Baterias” na América Latina. No entanto, o otimismo é contrabalançado por um histórico recente de desastres ambientais, particularmente a crise causada pela Braskem, que resultou no afundamento de cinco bairros em Maceió. Esse colapso desalojou 60 mil pessoas e culminou em investigações criminais contra executivos da empresa.
Diante da perspectiva de nova exploração mineral, geólogos independentes alertam para riscos significativos. A inevitável comparação com a tragédia da Braskem assombra a população. A exploração de minerais críticos como urânio e nióbio exige tecnologia avançada, monitoramento sísmico constante e estratégias de evacuação bem definidas. Sem essas precauções, há o perigo de novos desastres, com a possibilidade de contaminação radioativa e colapsos geológicos inesperados.
O que está em jogo é a gestão desse potencial mineral. Se conduzido de maneira responsável, o subsolo de Alagoas pode se tornar um aliado na diversificação econômica e na transição energética do estado, reduzindo a dependência de combustíveis fósseis. Contudo, a falta de transparência e fiscalização correta pode transformar essa oportunidade em um verdadeiro pesadelo ambiental, com consequências devastadoras para a região. A questão permanece: Alagoas se encontrará diante de um el-dourado de prosperidade ou de um el-desastre de destruição?