Classificada como uma gigante vermelha, a SDSS J0715-7334 possui cerca de duas vezes menos metais do que a anterior detentora do recorde, evidenciando sua natureza primitiva. Além disso, os pesquisadores ressaltaram que esta estrela é mais de dez vezes mais pobre em metais do que a mais pobre em ferro, denominada SMSS J0313-6708. O conceito de “metalicidade” é crucial para a compreensão da evolução estelar, referindo-se ao conteúdo de elementos mais pesados que o hidrogênio.
Os cientistas acreditam que a SDSS J0715-7334 se formou a partir do gás expelido por uma supernova de uma das chamadas estrelas da População III, que surgiram nas primeiras eras do universo, cerca de 100 milhões de anos após o Big Bang. Para rastrear a origem da estrela, a equipe utilizou dados do satélite Gaia e aplicou modelagem orbital, descobrindo que ela se originou na Grande Nuvem de Magalhães, uma galáxia adjacente à nossa Via Láctea, antes de migrar para a galáxia onde hoje reside.
Essa descoberta é significativa não apenas por seu valor histórico, mas também por lançar luz sobre como os primeiros elementos pesados do universo se formaram, assim como os mecanismos de resfriamento que deram origem às primeiras estrelas. Os autores do estudo destacam que SDSS J0715-7334 é uma das únicas estrelas conhecidas localizadas abaixo do “limite de resfriamento por estrutura fina”, sugerindo que a poeira cósmica desempenhou um papel essencial nesse processo.
Esses achados avançam nosso entendimento do cosmos e abrem novas perguntas sobre a formação e a evolução das estrelas, contribuindo para a vastidão complexa da história do universo. Assim, a SDSS J0715-7334 se torna uma peça-chave na investigação das origens celestiais, oferecendo pistas valiosas sobre a nossa própria existência e o lugar que ocupamos no cosmos.