As primeiras análises indicaram que a pá pertence à Idade do Bronze, um período que marcou significativas transformações culturais e tecnológicas nas sociedades humanas. O arqueólogo Phil Trim, que liderou a equipe nas escavações, descreveu a descoberta como “única na carreira”, destacando sua relevância não apenas para a arqueologia, mas também para o entendimento do desenvolvimento cultural das comunidades daquela época.
Um aspecto que contribuiu para a preservação deste artefato foi as condições alagadas do local da escavação. A água, ao privar o material orgânico do oxigênio, permitiu que a pá sobrevivesse por milênios, algo que raramente ocorre em sítios arqueológicos comuns. Esse fator é especialmente significativo, visto que materiais como a madeira geralmente não se preservam bem ao longo do tempo.
A pá foi encontrada em uma vala circular, que acredita-se ter sido construída por comunidades da Idade do Bronze para fins de controle de inundações. Os arqueólogos sugerem que esses grupos não habitavam a área permanentemente, mas sim a visitavam durante o verão, explorando recursos locais e coletando turfas, um tipo de material vegetal parcialmente decomposto.
Em um passo crucial para garantir a longevidade da pá, especialistas irão realizar um processo de conservação que inclui a impregnação do artefato com um polímero solúvel em água. Esse procedimento é vital, pois previne o encolhimento da madeira durante o processo de liofilização, que envolve congelamento e a remoção do ar para armazenamento seguro.
A importância dessa descoberta se estende além do seu valor histórico; ela fornece uma janela para as práticas e a vida cotidiana das comunidades que existiram na Idade do Bronze, oferecendo novos insights sobre como eles interagiam com seu ambiente e gerenciavam recursos.