Trump manifestou seu descontentamento com os planos da aliança BRICS de desenvolver uma moeda alternativa ao dólar, argumentando que essa movimentação poderia ameaçar a hegemonia econômica americana. No entanto, analistas como Ana Garcia, professora da Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro, coadunam que embora a ameaça seja um ponto de tensão, a implementação dessas tarifas é improvável no curto e médio prazo, dada a complexidade das relações internacionais e a atual dependência financeira ainda existente entre os países.
A desdolarização do comércio entre os membros do BRICS, que inclui Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul agora com a adição de Egito, Etiópia, Irã, Emirados Árabes Unidos e Arábia Saudita, ainda está longe de ser concretizada. “A cúpula mais recente reforçou a ideia de que o bloco busca um multilateralismo robusto, mas isso requer tempo e estratégia”, comentou Garcia.
O presidente russo, Vladimir Putin, também declarou que o momento para discutir a criação de uma moeda única do BRICS ainda não chegou, enfatizando a necessidade de fortalecer a cooperação entre os membros. A opressão econômica desejada por Trump pode ser vista como uma tentativa de fragmentar os esforços do bloco.
Fernando Romero, presidente do Colégio de Economistas de Tarija, Bolívia, também adverte que os Estados Unidos podem desencadear medidas cautelares contra os países que mantêm relações estreitas com Rússia e China. Contudo, ele sugere que o Brasil, ao assumir a presidência do BRICS, deve buscar diálogo em vez de ações drásticas, uma vez que existem oportunidades de cooperação e entendimento entre as nações.
À medida que o cenário internacional se transforma rapidamente, torna-se evidente que o Brasil enfrentará uma série de desafios diplomáticos e econômicos significativos em sua futura presidência do BRICS, que exigirá uma abordagem estratégica e colaborativa para navegar por essas ameaças.