Os deputados que apoiam Bolsonaro alegam que as palavras de Lula configuram um crime de responsabilidade, citando um trecho da lei que define esses crimes. Eles argumentam que a afirmação do presidente é “injustificável, leviana e absurda” e que representa uma afronta aos judeus e à memória do Holocausto.
Durante um discurso em Adis Abeba, na Etiópia, Lula afirmou que o que está acontecendo em Gaza é comparável apenas ao que ocorreu durante a Segunda Guerra Mundial, durante o regime nazista. Ele afirmou que “o que está acontecendo em Gaza não aconteceu em nenhum outro momento histórico, só quando Hitler resolveu matar os judeus”.
Esta declaração provocou uma série de críticas, não apenas por parte dos deputados aliados de Bolsonaro, mas também por senadores e líderes internacionais. O grupo parlamentar Brasil-Israel do Senado condenou e classificou as palavras de Lula como “tendenciosas e desonestas”.
Além disso, o presidente de Israel, Binyamin Netanyahu, e entidades judaicas no Brasil, como a Confederação Israelita do Brasil (Conib), também repudiaram veementemente a fala do presidente brasileiro. Netanyahu afirmou que as palavras de Lula são “vergonhosas e sérias” e acusou o líder brasileiro de banalizar o Holocausto.
No entanto, especialistas em Direito Eleitoral afirmam que, para caracterizar um crime de responsabilidade, as declarações de Lula precisariam ser acompanhadas por ações concretas que comprometessem a neutralidade do Brasil, como o envio de armas ou ajuda direta a um dos lados do conflito.
Os desdobramentos dessas declarações e a possível repercussão política e jurídica que elas terão ainda estão por serem vistos, mas está claro que a polêmica levantada por Lula terá consequências significativas nos próximos dias.