Deputados do PL discutem sucessão de Arthur Lira e apoio a Hugo Motta na presidência da Câmara em reunião na próxima segunda-feira.


Deputados do Partido Liberal (PL), sigla do ex-presidente Jair Bolsonaro, estão preparando uma reunião que acontecerá na próxima segunda-feira para discutir a sucessão de Arthur Lira (PP-AL) na presidência da Câmara dos Deputados. O encontro já estava agendado, uma vez que a semana que se inicia será de esforço concentrado na Casa, porém, agora o principal tema em pauta será o apoio a um dos candidatos. A entrada de Hugo Motta (Republicanos-PB) na disputa vem causando uma certa divisão entre os votos do campo bolsonarista, conforme fontes próximas ao ex-presidente.

Anteriormente, a certeza era de que Elmar Nascimento (União-BA) contaria com o apoio de Bolsonaro, devido à proximidade com Lira. No entanto, a situação mudou com a presença de Motta na disputa, visto como um candidato que conquistou a simpatia de pessoas influentes nas decisões do ex-presidente. O senador Ciro Nogueira (PP-PI) e Flávio Bolsonaro (PL-RJ) intermediaram um encontro entre Jair Bolsonaro e Motta na última quarta-feira, afirmando a interlocutores que o candidato é uma opção a ser considerada.

O histórico de Motta, que substituiu Marcos Pereira (Republicanos-SP) na corrida eleitoral, também favorece sua posição entre os bolsonaristas. Sua boa relação com o núcleo duro do bolsonarismo e sua postura contra o governo anterior, ao votar a favor do impeachment de Dilma Rousseff (PT) em 2016 e integrar a tropa de choque de Eduardo Cunha, são pontos positivos em seu favor.

Durante o encontro com os bolsonaristas, Motta garantiu que buscaria apoio dos governistas, mas sem se tornar subserviente ao governo. Com 93 parlamentares, a bancada bolsonarista é considerada a potencial “fiel da balança” na disputa pela presidência da Câmara. Os deputados estão negociando seu apoio e reivindicando a primeira vice-presidência da Casa, o que lhes garantiria maior influência nas decisões internas. Além disso, as negociações incluem a defesa de pautas conservadoras, especialmente relacionadas à indústria armamentista e comportamento, além da busca por uma anistia para Bolsonaro e seus aliados investigados pelos acontecimentos de 8 de janeiro.

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