De acordo com Linhalis, a divergência de opiniões em relação à segurança jurídica no campo foi o principal motivo de sua decisão de deixar a vice-liderança. Enquanto o deputado defende o endurecimento da legislação em relação às invasões de terra, ele afirma que a liderança do governo tem um direcionamento oposto. Vale ressaltar que o Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) retomou as invasões e ocupou 24 propriedades desde a semana passada, no “Abril Vermelho”.
Neste contexto, a CCJ retomará a discussão do projeto sobre invasões no campo, que causou polêmica desde o início. A tentativa de embargo por parte dos governistas, a rejeição de requerimentos extra-pauta e as opiniões conflitantes dos parlamentares demonstram a complexidade do tema. Enquanto o deputado Patrus Ananias critica a pauta da CCJ por favorecer “os interesses do capital”, Paulo Bilynskyj defende a constitucionalidade do projeto e o direito à defesa por meio de arma de fogo.
Por fim, o envolvimento do presidente Lula em um programa de reforma agrária e a reação dos governadores e da bancada ruralista frente às novas invasões do MST evidenciam a divisão entre diferentes setores políticos e a necessidade de conciliar interesses diversos. A relação conflituosa entre o movimento sem-terra e os ruralistas coloca Lula em uma posição delicada, tendo em vista a busca por ampliar sua base política. Enquanto isso, as discussões na CCJ continuam a movimentar o cenário legislativo e político do país.