Durante seu pronunciamento, Otoni destacou que a maioria dos evangélicos não votou em Lula, mas reconheceu que muitos foram beneficiados pelos programas sociais implementados durante o governo do ex-presidente. Ele citou iniciativas como o Bolsa Família e o Minha Casa Minha Vida como exemplos que auxiliaram a população evangélica mais humilde.
O deputado, que se identifica como conservador, de direita e evangélico, ressaltou a importância de reconhecer os programas sociais que impactaram positivamente a comunidade evangélica. Ele destacou a necessidade do Partido dos Trabalhadores (PT) em melhorar sua comunicação com esse eleitorado, que muitas vezes é guiado por princípios religiosos na hora de votar.
Contudo, a presença de Otoni no evento ao lado de Lula gerou críticas por parte de setores bolsonaristas. O deputado Nikolas Ferreira (PL-MG) criticou a postura do colega, classificando-a como “patética”. Otoni, por sua vez, minimizou as críticas e defendeu a necessidade de as lideranças evangélicas se distanciarem de alianças políticas, priorizando a missão da igreja.
Em resposta às declarações de Otoni, Lula provocou o deputado durante uma entrevista à Rádio Metrópole, questionando por que ele reconhecia as realizações do governo petista, mas acabou votando em Jair Bolsonaro. Lula ressaltou que as declarações de Otoni a seu favor geraram descontentamento entre os bolsonaristas, o que levantou questionamentos sobre a posição política do deputado.
Essa polêmica envolvendo Otoni demonstra os desafios enfrentados pelas lideranças evangélicas em conciliar suas convicções religiosas com suas escolhas políticas. A busca por um equilíbrio entre fé e posicionamentos políticos se torna cada vez mais desafiadora em um cenário polarizado como o atual.