Deputado federal entra com representação na PGR contra ministro que incitou invasões do MST como instrumento legítimo de pressão.



O deputado federal Pedro Lupion, presidente da Frente Parlamentar da Agropecuária (FPA), deu entrada com uma representação na Procuradoria-Geral da República (PGR) contra o ministro do Desenvolvimento Agrário, Paulo Teixeira. O motivo da ação foi uma declaração polêmica dada pelo ministro ao jornal O GLOBO, na qual afirmou que “as invasões do MST são instrumentos legítimos de pressão”. Lupion classificou as palavras de Teixeira como incitação ao crime, e alegou que ele violou o direito de propriedade ao fazer apologia a atos criminosos.

O presidente da FPA não poupou críticas ao ministro, ressaltando que um representante do governo deve atuar de forma responsável e não incentivar a prática de crimes. Segundo Lupion, a conduta de Teixeira é tipicamente penal, e não condiz com o cargo que ele ocupa.

A polêmica em torno das declarações de Teixeira não é recente. O ministro foi pressionado no início do ano devido a uma série de invasões do MST, o que gerou um mal-estar político. O Congresso chegou a criar uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) para investigar o movimento, mas o colegiado terminou sem que o relatório final fosse votado, apesar de causar desgastes para o governo.

É importante ressaltar que as invasões de terras produtivas têm sido motivo de controvérsia no país, com defensores e opositores da prática apresentando argumentos embasados em interesses políticos, econômicos e sociais. No entanto, o incentivo à prática criminosa por parte de um representante do governo eleva a discussão a um patamar ainda mais delicado.

A atitude de Lupion em representar o ministro na PGR reflete a preocupação de setores ligados ao agronegócio com a segurança jurídica e a proteção da propriedade privada. A repercussão do caso e a possível abertura de uma investigação por parte da PGR colocam em destaque a importância do debate sobre as políticas agrárias e a necessidade de encontrar soluções que conciliem os interesses das diferentes partes envolvidas.

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