Deputado contrata ex-membro do “gabinete do ódio” para seu gabinete na Câmara, gerando polêmica e levantando questionamentos sobre ética.



Na última quinta-feira (16/1), o deputado Filipe Barros, líder da oposição na Câmara dos Deputados, causou polêmica ao contratar Leonardo Augusto Matedi Amorim, um dos antigos membros do “gabinete do ódio” durante o governo de Jair Bolsonaro. Amorim, que já havia trabalhado na Secretaria Especial de Comunicação Social do Palácio do Planalto, agora passa a integrar o gabinete pessoal de Barros na Casa Legislativa.

O cargo de secretário parlamentar tem uma remuneração modesta de R$ 3,5 mil, de acordo com informações da Câmara dos Deputados. Anteriormente, Amorim atuava como auxiliar parlamentar no gabinete do senador Magno Malta, onde permaneceu até junho de 2024. Após deixar o Planalto, Amorim e outros ex-membros do “gabinete do ódio” fundaram uma agência de comunicação, a Mellon Comunicação e Marketing Ltda, que passou a prestar serviços para parlamentares bolsonaristas no Congresso.

A coluna mostrou que a agência foi contratada por pelo menos quatro deputados em 2024: Alexandre Ramagem, Allan Garcês, Daniela Reinehr e Robinson Faria. Além de Amorim, a empresa tinha como sócios José Matheus Sales Gomes e Mateus Matos Diniz. No entanto, a Receita Federal indica que Mateus Diniz deixou o quadro societário da Mellon. Tanto Diniz quanto Sales Gomes foram investigados no Inquérito das Fake News do STF.

No ano passado, Diniz foi alvo de um mandado de busca e apreensão autorizado pelo ministro do STF Alexandre de Moraes. A operação visava apurar um suposto esquema de monitoramento ilegal de autoridades públicas durante a gestão Bolsonaro. A contratação de Amorim por Barros levantou questionamentos sobre a ligação do deputado com figuras ligadas ao “gabinete do ódio” e repercutiu entre os parlamentares e a sociedade. A atuação desses profissionais no ambiente político continua sendo alvo de debates e investigações.

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