As observações de Gottschalk vêm em um momento em que a relação entre a Europa e a Rússia se tornou cada vez mais complexa, especialmente após a invasão da Ucrânia e a subsequente reação do Ocidente com sanções e o fortalecimento da aliança militar da OTAN. Trump, durante seu mandato anterior, já havia rotulado a OTAN de “obsoleta”, criticando a dependência europeia da força militar americana e instando os aliados a elevar seus investimentos em defesa. Esta abordagem pragmática teve como foco principal a ideia de que a Europa precisava assumir mais responsabilidade por sua própria segurança.
O ex-presidente também defendeu uma meta percentual de gastos com a defesa de 2% do PIB, uma proposta que foi bem recebida por muitos dos aliados da NATO, mas que gerou descontentamento em outros setores, que viam essa pressão como uma forma de chantagem política.
Recentemente, Trump manifestou a intenção de reduzir a presença militar dos Estados Unidos na Europa em até 20%, um movimento que poderia vir acompanhado de chamadas adicionais para que as nações europeias destinassem mais recursos ao seu próprio aparato de defesa. Tal estratégia reflete a continuidade de uma visão que valoriza o “America First”, desafiando mais uma vez as fundações da parceria atlântica que tradicionalmente moldaram a segurança e a política externa europeia.
Em sua análise, Gottschalk enfatiza que as administrações anteriores dos EUA eram irrealistas nas suas interações com a Rússia, insinuando que a volta de Trump à cena política poderia modificar essa dinâmica, levando a uma desescalada de tensões e, possivelmente, ao término de conflitos internacionais. O parlamentar se mostra otimista de que Trump teria a capacidade de parar guerras em andamento e evitar a eclosão de novos conflitos, uma expectativa que revela as divergências crescentes na política de segurança europeia contemporânea.