Deportação em massa nos EUA pode custar até US$ 300 bilhões e afetar severamente a economia, alertam especialistas em análise econômica.



A proposta de deportação em massa de 11 milhões de imigrantes indocumentados nos Estados Unidos, anunciada pelo ex-presidente Donald Trump, suscita amplas discussões sobre suas consequências econômicas e sociais. Especialistas alertam que tal medida poderia custar até US$ 300 bilhões e impactar negativamente a força de trabalho do país.

Estudos indicam que a remoção desse número massivo de trabalhadores imigrantes poderia resultar em uma diminuição significativa no Produto Interno Bruto (PIB) americano, estimada em até US$ 1,6 trilhão ao longo de 20 anos. Indústrias altamente dependentes de mão de obra imigrante, como a agricultura, a construção civil e a hospitalidade, enfrentariam um desfalque ainda maior de trabalhadores, o que consequentemente elevaria os custos de operação e consequentemente os preços ao consumidor. Tais alterações já sinalizam um cenário de recessão econômica onde a capacidade produtiva dos setores mais afetados poderia ser seriamente comprometida.

Atualmente, os Estados Unidos abriga cerca de 50 milhões de imigrantes, que desempenham papéis cruciais na economia, contribuindo para a criação de empregos e na inovação de diversos setores. Com a proposta de deportação, se a imigração fosse eliminada completamente, a força de trabalho nos EUA poderia cair drasticamente, com previsões apontando para apenas 18 milhões de trabalhadores em 2040, uma redução de 28 milhões em relação aos números atuais. Essa diminuição não só comprometeria a capacidade produtiva, como também aumentaria a taxa de dependência de idosos, gerando um quadro econômico mais vulnerável.

Além disso, os estados mais impactados por um possível plano de deportação em massa seriam Califórnia, Texas e Flórida, estados que juntos concentram quase a metade da população indocumentada. Seguindo a lógica dos especialistas, as operações para executar tal plano não seriam apenas inviáveis economicamente, mas também logísticamente complexas e demoradas.

As implicações da retórica de Trump sobre a imigração vão além da fronteira dos EUA, afetando diretamente os países latino-americanos, especialmente o México, que abriga um terço dos imigrantes irregulares atualmente presentes nos Estados Unidos. A volta em massa desses indivíduos ao seu país natal poderia exacerbar problemas sociais e econômicos locais, em um contexto já marcado por instabilidades.

Os especialistas alertam que as promessas de Trump de reforçar medidas de combate à imigração podem parecer atraentes à primeira vista, mas os custos sociais e os impactos econômicos podem ser profundos e duradouros, refletindo uma visão populista que ignora a complexidade da questão imigratória e seus reais efeitos sobre a economia americana. Neste cenário, a análise crítica das propostas se torna essencial para entender o que está em jogo além da retórica política.

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