Denúncia de estupro por soldados americanos na França durante a Segunda Guerra Mundial emerge após 80 anos em silêncio.

No último dia 6 de junho de 1944, ocorreu o histórico desembarque das tropas aliadas na Normandia, evento que marcou o início do fim da ocupação nazista na França. Este ano, as celebrações do 80º aniversário do Dia D causaram polêmica com a revelação feita por Aimée Dupré, que contou a história de sua mãe, vítima de estupro por soldados americanos em agosto de 1944.

Aimée, hoje aos 99 anos, relembra com pesar o episódio que marcou sua família. Sua mãe, Aimée Helaudais Honoré, foi brutalmente agredida por dois soldados dos Estados Unidos na fazenda da família, enquanto seu marido foi morto a tiros na frente delas. O relato do estupro foi registrado em uma carta escrita pela mãe, guardada por Aimée por oito décadas.

Segundo a historiadora Mary Louise Roberts, este episódio é apenas um entre muitos que ocorreram durante a presença militar dos Estados Unidos na França. O clima de celebração da libertação do país acabou encobrindo diversos abusos sofridos por mulheres francesas, que preferiram silenciar por vergonha e medo.

A historiadora acredita que a promessa de uma França repleta de “mulheres fáceis” feita aos soldados americanos motivou alguns deles a cometerem atos de violência sexual. Roberts destaca que a prostituição e o estupro foram utilizados como formas de dominação sobre o povo francês, que havia falhado em proteger suas mulheres durante a ocupação alemã.

Em meio às comemorações do Dia D, histórias como a de Aimée Dupré e Jeanne Pengam ressurgem, relembrando a brutalidade sofrida por mulheres francesas durante o período da Segunda Guerra Mundial. A memória desses eventos controversos continua viva, revelando o lado sombrio e pouco explorado da história da
guerra.

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