Netanyahu justificou a demissão destacando “diferenças significativas” nas estratégias militares adotadas, especialmente em relação à Faixa de Gaza, e a presença de uma crescente falta de confiança mútua entre ele e Galant. Analistas políticos, como Daniel Lobato, interpretam essa mudança como um reflexo direto do fracasso de Israel em alcançar os objetivos que foram delineados após o ataque surpresa do Hamas em outubro de 2023. Lobato mencionou que, apesar das ações militares prolongadas e da devastação massiva em Gaza, os objetivos comprometidos não foram atingidos, o que traduz uma realidade de insucesso.
Essa demissão se insere em um contexto mais amplo de derrotas percebidas para Israel, que incluem não apenas a situação em Gaza, mas também a tensão com o Hezbollah e a luta contra o Irã. Desde outubro, Israel e Hezbollah estão em um estado de guerra não declarada, exacerbando a instabilidade na região e levando ao deslocamento forçado de milhares de civis de ambos os lados.
Adicionalmente, a nomeação de Yisrael Katz como novo ministro da Defesa também gerou controvérsia. Katz é conhecido por suas declarações extremas e pelo apoio a uma postura agressiva em relação ao Hamas, o que levanta questões sobre as diretrizes que Israel seguirá daqui para frente. A situação em Gaza continua crítica, com muitos argumentando que as políticas atuais são insustentáveis e colocam em risco a vida de milhões de civis.
Com as cisões políticas crescendo dentro do governo e a postura internacional em relação a Israel se tornando cada vez mais crítica, a demissão de Galant pode ser vista não apenas como uma mudança de liderança, mas como um indicativo de um colapso mais amplo das estratégias militares e políticas que têm prevalecido na administração de Netanyahu. A situação demanda uma revisão significativa das abordagens do governo, que agora se vê pressionado a encontrar soluções que possam estabilizar não só o país, mas também a região como um todo.