Deficiência de ferro na gravidez pode alterar desenvolvimento sexual do feto, revela estudo inédito de pesquisadores da Universidade de Osaka.



Pesquisadores da Universidade de Osaka, no Japão, conduziram um estudo revelador sobre os impactos da deficiência de ferro durante a gravidez, observando suas consequências no desenvolvimento sexual do feto. A pesquisa, que foi publicada em uma prestigiada revista científica, destaca que a falta severa desse mineral essencial pode provocar alterações significativas no sexo biológico de embriões geneticamente masculinos, levando ao surgimento de características tipicamente femininas, incluindo estruturas reprodutivas associadas ao sexo feminino.

Tradicionalmente, a determinação do sexo em mamíferos baseia-se em seus cromossomos: as fêmeas carregam dois cromossomos X (XX) e os machos apresentam um cromossomo X e um Y (XY). Um elemento-chave neste processo é o gene Sry, que se encontra no cromossomo Y e é responsável por iniciar o desenvolvimento dos testículos logo nas primeiras semanas de gestação, geralmente por volta da sexta semana. Quando este gene não é ativado por qualquer razão, as gônadas – que são as glândulas responsáveis pela produção das células reprodutivas – seguem seu curso natural e se transformam em ovários.

Para investigar essa relação, os cientistas alimentaram camundongas com uma dieta deficiente em ferro durante um mês antes da concepção e nas duas primeiras semanas de gestação. Os resultados demonstraram uma clara diferença quando comparados aos camundongos que foram mantidos em uma dieta equilibrada. Essa comparação evidencia como nutrientes e fatores ambientais podem influenciar processos biológicos fundamentais, como a diferenciação sexual do feto, muito antes do nascimento.

Essas descobertas ampliam nosso entendimento sobre o papel da nutrição no desenvolvimento fetal e sugere que intervenções dietéticas durante a gestação possam ter repercussões significativas na saúde e no desenvolvimento futuro das crianças. Esse tipo de pesquisa sublinha a importância da suplementação de ferro e de uma dieta equilibrada para gestantes, enfatizando que a saúde materna pode ter um impacto vital na formação do futuro do bebê, questionando, assim, certos paradigmas sobre a fixidez das características de gênero baseadas apenas em fatores genéticos.

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