Defesa de Bolsonaro questiona indícios de descumprimento de medidas cautelares em esclarecimentos ao STF e nega indício de fuga.

Na última sexta-feira, a defesa do ex-presidente Jair Bolsonaro apresentou esclarecimentos ao ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), sobre supostas violações de medidas cautelares por parte de Bolsonaro. A manifestação dos advogados se deu em resposta a questionamentos sobre um possível descumprimento das regras estabelecidas pela Justiça, com o foco concentrado em indícios relacionados ao comportamento do ex-presidente.

Os advogados argumentaram que as evidências apresentadas pela Polícia Federal (PF) possuem um “vazio de indícios”, sugerindo que as acusações são infundadas e, em grande parte, decorrentes de ações de terceiros. Essa argumentação remete à tese de que as punições que buscam recair sobre Bolsonaro não decorrem diretamente de suas ações, mas seriam consequências indiretas de atos alheios.

Em um ponto específico, a defesa buscou esclarecer a situação em relação ao uso do aplicativo WhatsApp. Os advogados afirmaram que não havia qualquer proibição ao ex-presidente no uso dessa plataforma — classificada como aplicativo de mensagens, o que a defesa distingue de redes sociais. Essa distinção pode ser vista como uma tentativa de reforçar a ideia de que não houve qualquer infração das diretrizes estipuladas.

Outro aspecto abordado diz respeito a um rascunho de pedido de asilo político à Argentina, encontrado no celular de Bolsonaro. Os advogados contestaram a ideia de que o documento pudesse ser interpretado como um indício de fuga, argumentando que sua existência não corresponde a uma prova de intenção de evadir-se da justiça. Além disso, a defesa destacou que a Polícia Federal deveria ser informada de que o processo criminal que gerou as medidas cautelares foi instaurado um ano após os eventos em questão. Desde então, ressaltaram, o ex-presidente compareceu a todas as convocações e esteve disponível em sua residência, mesmo quando foi requerido o uso de tornozeleira eletrônica.

Essa defesa surge em um contexto no qual Moraes havia estabelecido um prazo de 48 horas para que Bolsonaro apresentasse suas explicações sobre as alegações de descumprimento das medidas cautelares e uma possível estratégia de fuga, aumentando a tensão em torno da situação legal do ex-presidente.

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