No domingo, Lula convocou ministros para uma reunião em Brasília para discutir a crise na Petrobras. O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, chegou de São Paulo para participar do encontro agendado para o Palácio da Alvorada. No entanto, devido ao vazamento da realização da reunião durante a tarde, Lula decidiu cancelar o evento, irritando os integrantes do governo e inviabilizando a discussão do tema naquele momento.
A possibilidade de saída de Jean Paul Prates da presidência da Petrobras ganhou força após o ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira, admitir ter conflitos com o presidente da estatal em entrevista à imprensa. Aliados de Prates interpretaram esse episódio como uma declaração de guerra, mas ainda tentam contornar a situação buscando adiar a decisão final.
Os embates entre Prates e Silveira remontam ao início do governo, com o ministro da Casa Civil, Rui Costa, também demonstrando restrições ao trabalho do presidente da Petrobras. A crise acentuou-se com a decisão do conselho da empresa de não pagar dividendos extraordinários aos acionistas em março, evidenciando as divergências internas.
Diante desse cenário de instabilidade, aliados de Prates se mobilizam para mantê-lo no cargo, buscando um realinhamento com Silveira e sugerindo ajustes no plano de investimentos da empresa para gerar mais empregos a curto prazo. Por outro lado, rivais do executivo circulam um dossiê com supostos desacertos de Prates, alimentando a disputa pelo controle da estatal.
Em meio a essas tensões, uma possível solução intermediária seria a indicação de Aloizio Mercadante, presidente do BNDES, para a presidência do conselho da Petrobras, visando mediar os conflitos entre Prates e Silveira. No entanto, essa proposta enfrenta resistências de diferentes lados, o que torna o desfecho dessa crise ainda mais incerto e movimentado.