O ex-presidente Fernando Collor está considerando a possibilidade de se afastar da liderança da Organização Arnon de Melo (OAM), na qual é sócio majoritário, para garantir a continuidade da TV Gazeta como afiliada da Rede Globo. A alternativa foi discutida em uma reunião realizada na última quarta-feira, 12, com a participação do Sindicato dos Jornalistas de Alagoas, conforme relatado pelo jornalista Odilon Rios.
De acordo com fontes, um novo acordo com a emissora carioca seria possível, mas sob a condição de Collor se afastar do comando do maior grupo de comunicação de Alagoas. O ex-parlamentar não se pronunciou oficialmente sobre o assunto.
Recentemente, a TV Globo recorreu ao presidente do Superior Tribunal de Justiça (STJ), ministro Antonio Herman de Vasconcellos e Benjamin, na tentativa de reverter uma decisão do Tribunal de Justiça de Alagoas (TJAL), que obrigou a renovação do contrato com a TV Gazeta por mais cinco anos. O caso tramita em segredo de justiça. No recurso protocolado em 14 de janeiro, a Globo argumenta que a decisão do TJAL impõe a manutenção de um vínculo “de forma desproporcional e abusiva”. Por outro lado, a defesa da OAM, que busca a continuidade da retransmissão, afirma que a interrupção do contrato poderia levar à falência do grupo, visto que a TV Gazeta é sua principal fonte de receita. Nesse cenário, cerca de 300 funcionários poderiam ser demitidos.
A TV Asa Branca, afiliada da Globo em Pernambuco e interessada na transmissão da Globo em Alagoas, também seria afetada pela mudança. Embora esteja aguardando a decisão judicial, a emissora já montou a estrutura necessária para iniciar suas operações com a Rede Globo, prevendo um possível ressarcimento pela emissora carioca. A TV Asa Branca segue retransmitindo o Canal Futura, como já faz atualmente, e mantém seus direitos sobre a transmissão da Globo na região de Caruaru.
Enquanto isso, o plano de recuperação judicial das empresas de Collor, visando evitar a falência, avança lentamente na 10ª Vara Cível da Comarca da Capital. O juiz Erick Costa terá que decidir se valida ou descarta a última assembleia geral dos credores, que ocorreu em condições de possível conflito de interesse. Durante a assembleia, as empresas aprovaram um plano que estipula o pagamento de apenas dez salários-mínimos a cada credor ou ex-funcionário, independentemente do tempo de serviço prestado.