Debatedores defendem uso de sistemas agrícolas indígenas para enfrentar a crise climática em debate na Câmara dos Deputados.



Na última quinta-feira (28), a Comissão da Amazônia e dos Povos Originários e Tradicionais da Câmara dos Deputados promoveu um debate sobre o uso de sistemas agrícolas indígenas como uma alternativa para lidar com a crise climática. Diversos especialistas ressaltaram a importância da valorização do cultivo tradicional indígena para preservar a biodiversidade e garantir a gestão sustentável dos recursos naturais.

A deputada Célia Xakriabá (Psol-MG), autora do requerimento para a audiência, enfatizou a necessidade de resgatar os conhecimentos acumulados pelos indígenas ao longo dos anos. Ela destacou que, apesar do Congresso Nacional priorizar o agronegócio, a produção própria de alimentos, livre de agrotóxicos, é um caminho mais enriquecedor. Xakriabá ressaltou a importância da conexão com a tradição alimentar para manter a identidade e a saúde.

Leosmar Antônio Terena, coordenador-geral de Promoção do Bem Viver Indígena, do Ministério dos Povos Indígenas, alertou para os interesses por trás da tese do marco temporal, que visa permitir atividades de alto impacto ambiental nos territórios indígenas. Ele enfatizou a importância da agroecologia indígena como uma forma de evitar o colapso da humanidade e restaurar o equilíbrio ambiental.

Durante a audiência, foi discutido também o conceito de terra preta, uma terra fértil construída de forma tradicional pelos indígenas na Amazônia. Esta terra é rica em nutrientes essenciais para a agricultura, como zinco, magnésio e potássio. Outros participantes ressaltaram a importância da agroecologia para superar os desafios climáticos que afetam a produção agrícola em todo o mundo.

A deputada Célia Xakriabá alertou para os ataques aos povos indígenas, que colocam em risco a sobrevivência da agroecologia e, consequentemente, da humanidade. Ela enfatizou a importância de preservar a cultura e a identidade dos povos indígenas, garantindo um futuro sustentável para todos. A audiência contou com a presença de representantes de territórios indígenas participantes do 1° Encontro Nacional de Agroecologia Indígena, realizado em Brasília.

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