Debate na Câmara destaca abrangência da Política Nacional de Saúde da Mulher e alerta para crescimento da violência e altos índices de gravidez indesejada.

Em um debate realizado na Comissão de Defesa dos Direitos da Mulher na Câmara dos Deputados, foi discutida a importância da Política Nacional de Atenção Integral à Saúde da Mulher. As participantes enfatizaram a necessidade de ações abrangentes para garantir um atendimento adequado às mulheres no sistema de saúde.

A coordenadora-geral de Saúde Integral das Mulheres do Ministério das Mulheres, Josilene dos Santos, destacou que a política deve considerar não apenas questões específicas como saúde sexual e reprodutiva, mas também aspectos como renda, moradia, educação e, principalmente, violência doméstica e familiar. Segundo ela, a violência contra a mulher é um problema de saúde pública que tem crescido significativamente. Santos ressaltou a importância de os profissionais de saúde estarem preparados para lidar com as diversas formas de violência que as mulheres enfrentam.

Luiza Beatriz Acioli, coordenadora de Ações Nacionais e Cooperação do Instituto Nacional de Saúde da Mulher, da Criança e do Adolescente Fernandes Figueira da Fiocruz, apresentou dados alarmantes sobre a violência contra as mulheres no Brasil. Ela destacou que houve um aumento nos casos de estupro e feminicídio, com a maioria das vítimas sendo mulheres negras. Acioli ressaltou que o país enfrenta uma epidemia de violência, com altos índices de violência física e sexual contra as mulheres.

A coordenadora de Atenção à Saúde da Mulher do Ministério da Saúde, Renata Reis, explicou que o Programa de atenção integral à saúde da mulher foi instituído em 1984 e, passados 40 anos, é importante revisar e atualizar essa política. A deputada Ana Pimentel, do PT-MG, apresentou um projeto para transformar essas ações em lei e propôs um debate sobre as diretrizes a serem adotadas pelo poder público.

No que diz respeito à saúde sexual e reprodutiva das mulheres, Simone Diniz, representante da Associação Brasileira de Saúde Coletiva, apontou falhas no atendimento prestado pelo Sistema Único de Saúde (SUS). Ela destacou a redução da disponibilidade de contraceptivos, o alto número de gravidezes indesejadas e a falta de acesso a métodos contraceptivos eficazes.

Além disso, dados revelam que o número de partos realizados por meio de cesarianas aumentou significativamente nos últimos anos, assim como o índice de mortalidade materna. Esses dados evidenciam a necessidade de uma revisão e melhoria das políticas de saúde voltadas para as mulheres no Brasil. É fundamental que o poder público adote medidas eficazes para oferecer um atendimento de qualidade e garantir o bem-estar das mulheres em todas as fases de suas vidas. O debate na Comissão de Defesa dos Direitos da Mulher foi um passo importante nesse sentido, mas ainda há muito a ser feito para garantir a saúde e a segurança das mulheres no país.

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