Entre os principais fatores apontados estão o elevado número de mortes violentas, as taxas de encarceramento, e os consideráveis investimentos públicos necessários para enfrentar esse problema. Além disso, as empresas também enfrentam despesas significativas para garantir sua proteção contra atividades criminosas. Como resultado, o orçamento destinado à segurança pública representa uma parcela alarmante do total disponível para educação, alcançando até mesmo 78% do que é investido na área educacional. Essa proporção é ainda mais disfuncional quando se observa que o investimento em assistência social é menos da metade disso e o gasto em pesquisa e desenvolvimento é 12 vezes menor.
A pesquisa também evidencia que, se as nações da região conseguissem reduzir os custos relacionados ao crime a níveis comparáveis aos de países europeus, poderiam liberar aproximadamente 1% adicional do PIB, que poderia ser destinado a programas sociais. Esse impacto poderia ser transformador, pois possibilitaria a implementação de políticas que visem a melhoria do bem-estar social da população.
Ao comparar a situação da América Latina e do Caribe com a de seis países europeus, como Polônia e Suécia, o estudo indica que os custos com criminalidade na Europa são 42% inferiores, situando-se em torno de 2% do PIB. Essa diferença significativa é um reflexo de políticas de segurança pública mais eficazes e investimentos em áreas que contribuem para a inclusão social e a educação.
Em resumo, a pesquisa do BID não apenas destaca um problema estrutural na economia da América Latina e do Caribe, mas também sugere caminhos viáveis para a mudança, enfatizando a urgência de uma abordagem mais holística e integrada para o enfrentamento da violência e do crime na região.