A presença da comunidade sul-coreana no Brasil remonta a fevereiro de 1963, quando o primeiro navio, carregando imigrantes, atracou nas terras brasileiras. Esta jornada de recomeço foi repleta de desafios, uma vez que os recém-chegados enfrentaram barreiras lingüísticas e culturais, bem como preconceitos que os tornavam vulneráveis nos primeiros anos de adaptação. Para superar esses obstáculos, a fundação de redes de apoio, como a Associação Brasileira de Coreanos, desempenhou um papel crucial no processo de socialização e integração dos imigrantes.
Com o passar dos anos, o bairro do Bom Retiro se consolidou como o coração da comunidade coreana na cidade. Desde a década de 1980, a região não apenas se especializou na indústria têxtil, que abriu portas para muitos imigrantes, mas também se transformou em um vibrante centro cultural e gastronômico. Hoje, o Bom Retiro abriga cerca de 2.000 empresas, além de restaurantes, mercados e lojas que atraem tanto turistas quanto moradores locais. Para muitos, um passeio pelo bairro é uma imersão em outra parte do mundo sem sair de São Paulo.
A famosa Feira do Bom Retiro, realizada aos sábados, é uma das principais atrações que evidenciam essa celebração cultural. Com entrada gratuita, o evento oferece uma variedade de atividades, incluindo apresentações de K-pop, barracas de comidas típicas, e até estandes de caligrafia coreana. Os pratos mais apreciados incluem o Jajangmyeon, um prato de macarrão com molho preto, e o tradicional churrasco coreano, frequentemente acompanhado de Soju, uma bebida alcoólica típica.
O crescente interesse pela culinária coreana é um testemunho da capacidade de adaptação e resiliência da comunidade, que se conecta não apenas entre si, mas também com os brasileiros que se encantam por seus sabores e tradições. Essa fusão de culturas é destacada por visitantes que atestam a relevância desse espaço, tanto para entender a cultura coreana quanto para promover um intercâmbio cultural efetivo na capital paulista.