Cruzeiro da COP30 Restringe Acesso a Países sem Relações com os EUA em Meio a Crise de Hospedagem em Belém

Na última quarta-feira, foi revelado que um dos cruzeiros contratados pelo governo brasileiro para acolher comitivas durante a COP30, prevista para novembro em Belém (PA), passou a limitar as reservas a países que não mantêm relações diplomáticas com os Estados Unidos. A decisão partiu da empresa Costa Cruzeiros, que está sob a bandeira da Carnival Corporation & plc, com sede nos EUA.

De acordo com informações, delegações de cerca de 20 nações, incluindo Venezuela, Irã, Haiti, Cuba, Afeganistão, Somália e Sudão, se veem impossibilitadas de reservar acomodações nessas embarcações. Essa proibição é uma consequência das regulamentações comerciais impostas pelos EUA, que afetam empresas norte-americanas e suas operações no mercado internacional.

O governo brasileiro se manifestou sobre a polêmica, esclarecendo que a decisão de restringir o acesso às embarcações é exclusiva da companhia de cruzeiros e está relacionada aos embargos comerciais que Washington impõe a determinados países. A escolha dos cruzeiros como alternativa de hospedagem foi uma estratégia do Brasil para lidar com a crise de alta demanda e os preços elevados nas acomodações terrestres em Belém, onde apenas 47 dos 196 países já confirmaram participação no evento.

Preveem-se 3.900 cabines nos navios, com capacidade total para mais de seis mil pessoas. O governo, através do ministro do Turismo, Celso Sabino, anunciou que Belém contará com mais de 50 mil leitos para receber autoridades e especialistas que participarão das discussões sobre mudanças climáticas. Em comparação, na última COP realizada em Baku (Azerbaijão), o pico de hospedagem foi de 24 mil pessoas, evidenciando a capacidade significativamente maior planejada para o evento no Brasil.

Entretanto, a organização da conferência climática não está isenta de críticas. As tarifas da rede hoteleira local têm gerado descontentamento, com diárias em torno de US$ 45 mil (aproximadamente R$ 238 mil). Esse cenário levou algumas delegações internacionais a considerar a possibilidade de transferir a sede da conferência. Apesar das dificuldades, o Ministério do Turismo assegurou que disponibilizará leitos suficientes a preços justos durante a COP30, reafirmando o compromisso do Brasil em receber dignamente os participantes do evento.

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