De acordo com informações, delegações de cerca de 20 nações, incluindo Venezuela, Irã, Haiti, Cuba, Afeganistão, Somália e Sudão, se veem impossibilitadas de reservar acomodações nessas embarcações. Essa proibição é uma consequência das regulamentações comerciais impostas pelos EUA, que afetam empresas norte-americanas e suas operações no mercado internacional.
O governo brasileiro se manifestou sobre a polêmica, esclarecendo que a decisão de restringir o acesso às embarcações é exclusiva da companhia de cruzeiros e está relacionada aos embargos comerciais que Washington impõe a determinados países. A escolha dos cruzeiros como alternativa de hospedagem foi uma estratégia do Brasil para lidar com a crise de alta demanda e os preços elevados nas acomodações terrestres em Belém, onde apenas 47 dos 196 países já confirmaram participação no evento.
Preveem-se 3.900 cabines nos navios, com capacidade total para mais de seis mil pessoas. O governo, através do ministro do Turismo, Celso Sabino, anunciou que Belém contará com mais de 50 mil leitos para receber autoridades e especialistas que participarão das discussões sobre mudanças climáticas. Em comparação, na última COP realizada em Baku (Azerbaijão), o pico de hospedagem foi de 24 mil pessoas, evidenciando a capacidade significativamente maior planejada para o evento no Brasil.
Entretanto, a organização da conferência climática não está isenta de críticas. As tarifas da rede hoteleira local têm gerado descontentamento, com diárias em torno de US$ 45 mil (aproximadamente R$ 238 mil). Esse cenário levou algumas delegações internacionais a considerar a possibilidade de transferir a sede da conferência. Apesar das dificuldades, o Ministério do Turismo assegurou que disponibilizará leitos suficientes a preços justos durante a COP30, reafirmando o compromisso do Brasil em receber dignamente os participantes do evento.