Lazzarini atribui a crise a decisões políticas de Israel que têm dificultado enormemente a distribuição de alimentos e ajuda humanitária. Ele afirmou que apesar da UNRWA dispor de suprimentos suficientes para atender a população por até três meses, não recebeu permissão para entregar esses itens desde março, o que exacerbou a situação. A falta de acesso à ajuda humanitária pode resultar em uma propagação incontrolável da fome, atingindo não apenas a parte norte da Faixa de Gaza, mas também potencialmente a sul.
O cenário se complica ainda mais devido à crítica da ONU aos centros de distribuição de alimentos geridos por Israel e pelos Estados Unidos, que foram descritos como uma “abominação”. Lazzarini afirmou que os palestinos que se dirigem a esses locais enfrentam uma verdadeira “roleta russa”, correndo riscos ao tentar se alimentar. Muitas vezes, caminhões de ajuda são saqueados antes de chegarem a seus destinos, debilitando ainda mais a assistência destinada à população local.
Em agosto de 2025, o Programa Mundial de Alimentos (PMA) já havia declarado os níveis de fome em Gaza como catastróficos, a primeira constatação desse tipo desde o início do conflito no ano anterior. A recusa de Israel em colaborar com a UNRWA resultou no fechamento de centenas de centos de distribuição, que foram reduzidos a apenas quatro, geridos sob a supervisão de entidades humanitárias com apoio de Israel e EUA.
Além dos problemas alimentares, testemunhos de autoridades locais indicam que as forças israelenses têm disparado frequentemente contra palestinos que aguardam nas filas para receber ajuda, intensificando ainda mais a crise humanitária que atinge a população da Faixa de Gaza. A situação é, sem dúvida, uma das mais graves enfrentadas na região, exigindo ações urgentes e eficazes da comunidade internacional.
