Grandes nomes no setor já anunciaram planos significativos de demissões. A Bosch, um dos principais fornecedores, anunciou a eliminação de mais de 12 mil postos, sendo que cerca de 7 mil dessas demissões ocorrerão na Alemanha. Outras empresas, como ZF Friedrichshafen e Continental, também planejam cortes substanciais, somando até 50 mil empregos eliminados mundialmente entre os maiores fornecedores europeus, sendo pelo menos 10 mil na Alemanha.
O cenário é ainda mais preocupante quando se considera que a indústria automotiva europeia já perdeu cerca de 86 mil empregos desde 2020. Embora haja expectativas de criação de mais de 100 mil novos empregos até 2025, a realidade atual se apresenta como um “sinal de alarme” para um setor considerado fundamental para a economia europeia.
A crise é atribuída a diversas causas, incluindo a crescente concorrência de fabricantes chineses, aumentos nos custos de energia e a despensa de matérias-primas. Por exemplo, a Volkswagen reportou uma queda financeira significativa, com vendas de veículos elétricos 60% abaixo do esperado e resultados fiscaiais em níveis baixos, similares aos da pandemia. Outras montadoras renomadas como Audi, Nissan, Mercedes e BMW também enfrentam problemas similares, levando a uma situação em que o futuro de muitas fábricas está ameaçado.
Além disso, a União Europeia ainda não demonstrou uma preocupação adequada em relação à independência na produção de semicondutores. Especialistas alertam para a possibilidade de uma nova crise que poderá interromper ainda mais a produção, devido à dependência de componentes essenciais que já afetaram a fabricação de veículos nos últimos anos.
Se a situação não for rapidamente sanada, o setor automotivo europeu poderá enfrentar novas e severas interrupções que poderão prejudicar ainda mais sua viabilidade e competitividade em um cenário global cada vez mais desafiador.