Recentemente, a cidade de Bukavu, capital da província e segunda maior cidade do leste congolês, foi tomada pelos rebeldes, segundo informações divulgadas por líderes locais. Essa ação se dá no contexto de uma ofensiva que se intensificou após um breve cessar-fogo unilateral declarado pela coalizão rebelde. O M23, que já havia conquistado a cidade de Goma, na província vizinha de Kivu do Norte, parece ter agora como alvo Bukavu, aprofundando a crise na região.
As acusações sobre o suporte que o governo de Ruanda estaria oferecendo ao M23 aumentaram, embora as autoridades ruandesas neguem veementemente essas alegações. Essa tensão internacional se agrava com afirmações de que forças externas, possivelmente do Ocidente, estariam envolvidas nas hostilidades que assolaram a RDC.
O secretário-geral da Organização das Nações Unidas (ONU), António Guterres, expressou preocupação com a situação, convocando todas as partes a respeitar a integridade territorial da República Democrática do Congo para evitar que o conflito se alastre e se torne uma guerra regional. A ONU e o governo congolês têm trabalhado, embora com dificuldades, para mediar a situação e garantir a segurança da população civil.
Essa nova onda de refugiados que atravessam para o Burundi não é um episódio isolado, mas sim uma ampliação de um drama humano contínuo, onde o medo e a insegurança direcionam a busca por um local seguro. A dinâmica desse conflito se insere em um cenário mais amplo de instabilidade que já dura décadas, afetando não apenas a RDC, mas toda a região dos Grandes Lagos africanos. As consequências humanitárias são profundas, com milhares de pessoas deixando suas casas em busca de segurança, e a comunidade internacional permanece atenta, mas ainda sem estratégias claras para responder a essa crise extremamente complexa.