Uma das principais preocupações é se o conflito irá se espalhar para outros países da região, especialmente o Irã, que é um grande produtor de petróleo e aliado do Hamas. Guillermo Santos, diretor de estratégia na firma de private banking espanhola iCapital, teme que o conflito se estenda a países produtores de petróleo, o que elevaria o preço da commodity e teria impacto na inflação global. Isso poderia pressionar os bancos centrais a manterem os juros elevados por mais tempo, o que, por sua vez, poderia causar uma recessão.
As crises geopolíticas no Oriente Médio geralmente levam a um aumento nos preços do petróleo e à queda nos mercados financeiros. Ed Yardeni, presidente da consultoria Yardeni Research, ressalta que a extensão e a duração do conflito serão fatores determinantes para as consequências nos mercados. Uma guerra entre Israel e Irã, por exemplo, teria impacto significativo.
George Lagarias, economista-chefe da consultoria Mazars, aponta que o maior risco para a economia global é uma “terceira onda de inflação”. O aumento das tensões no Oriente Médio pode impulsionar os preços de energia e minar os esforços dos bancos centrais em controlar a inflação. Segundo Lagarias, as consequências dessa crise podem ser amplas e mais impactantes do que o esperado pelo mercado.
Alguns especialistas acreditam que a desaceleração da economia global atualmente pode limitar o impacto do conflito. Anthi Tsouvali, estrategista de multimercados na consultoria State Street Global Markets, afirma que a Arábia Saudita tem capacidade para aumentar sua produção de petróleo e suprir a demanda, o que poderia ajudar a controlar os preços.
No entanto, Gonzalo Lardies, gerente sênior de fundos de ações no banco Andbank, alerta que o crescimento econômico e a luta contra a inflação podem sofrer retrocessos diante dessa nova crise. A volatilidade nos mercados deve aumentar, e a renda fixa pode voltar a ser vista como um porto seguro para os investidores.
É importante destacar que o impacto dessa crise geopolítica nos mercados financeiros ainda é incerto, e os investidores devem estar atentos às notícias e atualizações sobre o conflito.