Nas redes sociais, os adeptos compartilham relatos sobre como a crioimersão ajuda a lidar com o estresse e a manter a resistência física. O aumento da popularidade dessa técnica entre não atletas é evidenciado pela hashtag #icebath, que possui mais de 220 mil menções no TikTok. Diante desse cenário, a ciência tem se dedicado a compreender os impactos reais e os benefícios da imersão em água gelada.
Uma meta-análise publicada na revista científica Plos One analisou 11 estudos que envolveram mais de 3 mil participantes submetidos à imersão em água gelada. Os resultados sugerem que a crioimersão pode causar um aumento temporário na inflamação, seguido por uma redução significativa no estresse após 12 horas da prática. Além disso, observou-se uma melhora na imunidade e relatos de benefícios no sono e na qualidade de vida.
No entanto, os pesquisadores destacam que os efeitos da crioimersão são variáveis e dependentes do tempo de exposição, sem necessariamente serem duradouros. A ausência de dados a longo prazo indica a necessidade de mais estudos antes que essa prática possa ser amplamente recomendada.
A médica do Esporte Karina Mayumi Hatano, do Espaço Einstein de Reabilitação do Hospital Albert Einstein, ressalta que a indicação da crioimersão ainda é controversa para não atletas, devido à escassez de evidências robustas sobre seus benefícios. A falta de um protocolo definido sobre o tempo ideal de imersão também contribui para essa indefinição.
Embora a crioimersão tenha se popularizado, especialmente entre atletas, Hatano destaca a importância de um acompanhamento adequado, alertando para os riscos de complicações associadas ao tempo prolongado de exposição à água gelada. A ciência continua em busca do protocolo ideal para o uso da técnica, visando garantir os benefícios de forma segura e eficaz.