Os países latino-americanos estão em uma fase de recuperação econômica após os impactos da pandemia de COVID-19, mas a trajetória de crescimento parece limitada. A previsão de um crescimento global de 3,2% em 2025, impulsionado, em sua maior parte, pelas economias emergentes da Ásia, contrasta com a desaceleração observada em economias-chaves como os Estados Unidos e a China. Essa situação provavelmente resultará em uma diminuição da demanda externa, afetando as exportações da América Latina e dificultando ainda mais seu crescimento.
A dependência da exportação de commodities é um dos principais entraves citados por analistas econômicos. Esses produtos são vulneráveis a oscilações de preço no mercado internacional, o que prejudica a estabilidade econômica dos países da região. A doutoranda em relações internacionais, Amanda Harumy, salienta que essa dependência histórica de organismos financeiros internacionais e da dívida externa perpetua um ciclo de fragilidade econômica, tornando a superação de desafios cada vez mais difícil.
Em meio a esse cenário, os especialistas apontam que as novas lideranças políticas na América Latina desempenharão um papel crucial no futuro econômico da região. A implementação de políticas que visem não apenas a liberalização econômica, mas também a diversificação das exportações, é vista como uma necessidade premente. Portanto, construir uma estratégia que atraia investimentos robustos, especialmente da China e de outras potências, e que modernize a infraestrutura, será fundamental para romper com os entraves históricos e garantir um crescimento sustentável.
Dessa forma, os próximos anos exigem uma reorientação estratégica das economias latino-americanas, junto a políticas efetivas e transformações estruturais profundas, para que possam não apenas recuperar os patamares de renda anteriores à crise, mas também assegurar um futuro mais próspero e autônomo para a região.