Crescimento Alarmante: Acidentes de Moto Atingem Jovens e Custos do SUS Disparam, Revela Estudo do Ipea.

O Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) lançou uma pesquisa reveladora sobre os acidentes envolvendo motocicletas no Brasil, destacando que uma parcela significativa das vítimas está na faixa etária de 20 a 29 anos. Este dado é alarmante, pois representa cerca de um terço do total de vítimas, uma proporção muito superior à sua representatividade na população em geral. A pesquisa, intitulada “Mortalidade e morbidade das motocicletas e os riscos da implantação do mototáxi no Brasil”, evidencia um crescimento dramático nas mortes relacionadas a motocicletas. Entre 1996 e 2023, o número de fatalities saltou de 792 para impressionantes 13.521, um aumento que corresponde a 15 vezes. No mesmo período, a frota de motocicletas no país cresceu de 2,7 milhões para 34 milhões.

Esse estudo surge em um momento crucial, pouco antes do lançamento do serviço de mototáxi em São Paulo, programado para o dia 11 de dezembro, serviço este que será oferecido pelas plataformas Uber e 99. A nota técnica do Ipea identifica um perfil predominante nas vítimas: em sua maioria, homens jovens, pardos e com baixa ou média escolaridade, o que sugere que muitos pertencem a camadas socioeconômicas mais desfavorecidas. Entre 2005 e 2024, mais de 75 mil pessoas dessa faixa etária perderam a vida em acidentes de moto, e o mesmo número de internações foi registrado, refletindo a gravidade da situação.

O relatório ainda ressalta que cerca de 90% das vítimas têm, no máximo, o ensino médio, indicando uma tendência que liga a baixa escolaridade à vulnerabilidade no mercado de trabalho. Muitas dessas pessoas, com pouca formação, acabam se tornando motoristas de aplicativos, expondo-se ainda mais a acidentes. Os dados do Ipea também revelam que, em termos de internações pelo Sistema Único de Saúde (SUS), os acidentados com motocicletas representaram 60% do total, um número que é desproporcional quando comparado à frota de automóveis, que é quase três vezes maior.

Além disso, os gastos do SUS com os tratamentos decorrentes desses acidentes tiveram um aumento significativo, subindo de R$ 41 milhões em 1998 para R$ 273 milhões em 2024, e a tendência é de que esse número continue a crescer. O cenário apresentado pelo Ipea serve como um alerta sobre a necessidade de medidas efetivas para a segurança no trânsito e a conscientização dos motoristas.

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