A CPI do INSS está prevista para ser bastante distinta da CPI da Covid-19, que, apesar de ter contabilizado mais de 1.577 requerimentos, viu sua efetividade criticada. A nova comissão já demonstrou um comprometimento mais rigoroso em seus trabalhos. O senador Carlos Viana, responsável pela CPI, deixou claro que convocará não apenas ministros e ex-ministros, mas também aqueles que possam ser considerados envolvidos em ações fraudulentas dentro do INSS.
É curioso observar que, ao mesmo tempo, a CPI da Covid foi marcada por um enfoque selectivo, onde importantes questionamentos relacionados ao uso de verbas federais por prefeitos durante a pandemia não foram devidamente tratados. Personagens poderosos, como representantes da indústria farmacêutica e mesmo diplomatas de nações estrangeiras, passaram ilesos pelo crivo da investigação na época, o que suscitou críticas em relação à parcialidade na condução dos trabalhos.
Enquanto isso, a oposição já se mobiliza para monitorar os desdobramentos dessa nova CPI, percebendo que ela pode se tornar um campo de batalha política importante. Parlamentares temem que haja tentativas de minar a investigação ou de influenciar sua condução, especialmente com o crescimento das tensões políticas no país. O alerta sobre possíveis abusos de poder e desvio de finalidade durante os trabalhos legislativos ressoa entre os críticos, que debatem a importância da manutenção da integridade das investigações.
Nesse contexto de incertezas, a necessidade de transparência e responsabilidade governamental se torna ainda mais evidente. O que se espera é que a CPI do INSS não se transforme em mais um espetáculo político, mas em uma verdadeira busca pela justiça e reparação para aqueles que mais precisam. O destino das investigações e os desdobramentos para o governo Lula estão longe de serem previsíveis, mas a pressão por respostas e ações efetivas já toma conta da esfera pública.