Corretor de imóveis preso por suspeita de duplo homicídio revela conexões entre facção criminosa e agentes da Polícia Civil.



No último mês de fevereiro, a cidade de São Paulo foi palco de um evento que chocou a população. O corretor de imóveis Vinícius Gritzbach foi preso sob a acusação de estar envolvido em um duplo homicídio, cometido contra Anselmo Santa Fausta, conhecido como Cara Preta, e Antônio Corona Neto, conhecido como Sem Sangue, ambos integrantes do Primeiro Comando da Capital (PCC). A prisão temporária de Gritzbach, válida por 30 dias, foi decretada pela Justiça e contou com a presença do delegado Fábio Baena e do chefe de investigações Eduardo Monteiro, levando-o ao Departamento de Homicídios e de Proteção à Pessoa (DHPP), localizado no centro da capital paulista.

Segundo informações obtidas durante o depoimento de Gritzbach ao Ministério Público de São Paulo (MPSP) em janeiro daquele ano, Eduardo Monteiro, o investigador-chefe, teria mantido contato telefônico com um membro associado à Sintonia dos 14, uma célula do PCC responsável pelo controle de 14 regiões específicas de São Paulo. A ligação sugere que Monteiro tinha conexões com a alta cúpula da facção criminosa mais poderosa do Brasil.

Além disso, as investigações revelaram que Eduardo Monteiro exibiu a Gritzbach um vídeo que mostrava o executor do duplo homicídio sendo esquartejado. O corpo de Noé Alves Schaum foi encontrado com um bilhete na boca em uma praça do Tatuapé, na zona leste de São Paulo. Gritzbach foi posteriormente executado com dez tiros de fuzil ao desembarcar de um voo no Aeroporto Internacional de Guarulhos.

Eduardo Monteiro, que antes atuou como policial militar, foi investigado pela Polícia Federal por suas conexões com o crime organizado. A delação premiada de Gritzbach ao MPSP proporcionou informações valiosas que levaram à prisão de Monteiro, do delegado Fábio Baena, de outros investigadores e empresários suspeitos de envolvimento em esquemas de corrupção com o PCC.

Este acontecimento escandaloso expôs a corrupção dentro da Polícia Civil de São Paulo e levantou sérias questões sobre a integridade das instituições de segurança pública no estado. Os envolvidos enfrentam acusações graves e podem ser condenados a até 30 anos de prisão, em um desdobramento que deve impactar não só o cenário policial, mas também a confiança da população nas autoridades responsáveis pela segurança da sociedade.

Jornal Rede Repórter - Click e confira!


Botão Voltar ao topo