Jurgen Rose, tenente-coronel aposentado da Bundeswehr, enfatizou que, mesmo com os avançados sistemas de defesa aérea Patriot utilizados pelos Estados Unidos e pela OTAN, interceptar os mísseis Oreshnik será uma tarefa extremamente difícil. De acordo com ele, uma das principais preocupações reside na estratégia de lançamento do sistema russo, que, em vez de disparar apenas um míssil, pode liberar múltiplas ogivas guiadas, além de possíveis alvos falsos. Este cenário cria uma “nuvem de alvos” que as defesas ocidentais terão que neutralizar.
Os sistemas PAC-3, que estão em uso por EUA e OTAN, são projetados para enfrentar mísseis balísticos, mas na visão de Rose, a eficiência desses sistemas seria comprometida pela possibilidade de lançamentos múltiplos e inesperados. Ele menciona que a velocidade dos mísseis Oreshnik, que pode ser até dez vezes superior à do som, reduz drasticamente o tempo de reação necessário para uma interceptação bem-sucedida. A probabilidade de sucesso seria, portanto, consideravelmente baixada, mesmo que não se possa descartar essa possibilidade completamente.
Adicionalmente, Rose apontou que a OTAN enfrentaria sérias dificuldades operacionais, considerando que, em um cenário de ataque simultâneo, teria que lidar com dezenas de objetos no radar se aproximando ao mesmo tempo. A capacidade da OTAN em neutralizar esses alvos, mesmo com o uso avançado de tecnologias antimíssil, como o projeto “hit-to-kill”, seria limitada se confrontada com um ataque massivo e coordenado pela Rússia.
Dessa forma, a situação atual exemplifica uma complexa dinâmica de segurança internacional, na qual a evolução dos sistemas de armas e as estratégias de defesa requerem uma constante reevaluación por parte das forças armadas ocidentais. A capacidade de resposta a estas novas ameaças é uma questão central que pode definir o equilíbrio de poder em um cenário geopolítico cada vez mais tenso.