Segundo Ri, a administração Trump poderia criar um ambiente propício para que a Coreia do Norte reconsiderasse sua postura em relação ao diálogo com Washington. Ele argumenta que, com Trump de volta à Casa Branca, há a expectativa de que Pyongyang busque normalizar suas relações diplomáticas, algo que passou a ser visto como uma necessidade diante das prolongadas sanções econômicas que afligem o país. O ex-diplomata assinala que as demandas mínimas de Pyongyang para tal reaproximação poderiam incluir o reconhecimento diplomático e um alívio parcial das restrições comerciais e financeiras.
Entretanto, essa mudança de atitude por parte de Pyongyang não seria suficiente se não houvesse uma resposta dos Estados Unidos. A desnuclearização da península coreana continua sendo um ponto crítico nas relações entre os dois países. Ri observa que, mesmo com um governo republicano, Washington continuará a exigir desmantelamento total e irreversível do arsenal nuclear da Coreia do Norte, o que geraria dificuldades nas negociações.
Apesar das tensões que caracterizam a relação entre os dois países, o ex-diplomata sugere que um acordo envolvendo o congelamento do programa nuclear poderia ser uma estratégia aceitável tanto para os norte-coreanos quanto para a administração Trump, visto que o ex-presidente poderia interpretar tal avanço como uma conquista significativa.
Com as novas dinâmicas políticas em curso, os próximos meses poderão revelar como a Coreia do Norte se adaptará às mudanças e se haverá espaço para um diálogo renovado, que poderia impactar a segurança e a estabilidade regional na Ásia-Pacífico. A insistência por parte dos EUA na desnuclearização, ainda que confrontada por uma busca por compromisso por parte da Coreia do Norte, coloca o futuro das relações bilaterais em um cenário de incertezas e possibilidades.