O Copom havia promovido, entre agosto e maio, seis cortes de 0,5 pontos percentuais e um de 0,25 pontos. Em junho e julho, a taxa foi mantida em 10,5% ao ano, mas uma alteração nas condições econômicas levou ao aumento a partir de setembro. Este movimento coincide com um cenário inflacionário complexo, onde o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) acumula uma alta de 4,42% nos últimos 12 meses, e a previsão para 2024 é de que a inflação chegue a 4,6%, o que ultrapassa o teto da meta de 3% estabelecida pelo Conselho Monetário Nacional (CMN).
Durante a reunião, o Copom destacou a importância de uma política fiscal sólida e comprometida com a sustentabilidade da dívida pública, enfatizando que medidas estruturais são essenciais para controlar as expectativas de inflação e reduzir os prêmios de risco dos ativos financeiros. A expectativa é que, na absente de uma estratégia fiscal eficaz, as taxas de juros continuem a mostrar volatilidade.
Para o próximo ano, a previsão do crescimento econômico é de 3,2% do Produto Interno Bruto (PIB), um ajuste em relação à estimativa anterior de 3,1%. Entretanto, o avanço da economia brasileira pode ser dificultado pelo aumento dos juros, que encarece o crédito e tende a desestimular tanto o consumo quanto os investimentos. Assim, o cenário econômico se torna desafiador, exigindo atenção tanto das autoridades monetárias quanto da sociedade civil no que diz respeito às suas implicações práticas no dia a dia dos brasileiros. O Copom também se prepara para revisar as projeções periódicas, com o próximo Relatório de Inflação a ser divulgado em dezembro, diante de um contexto marcado pela incerteza nos preços globais e no clima econômico interno.