Atualmente, o BRICS reúne 11 membros plenos, incluindo países como Brasil, Rússia, Índia e China, além de nove países parceiros, como Bolívia e Indonésia. O embaixador Eduardo Saboia, encarregado da coordenação brasileira no BRICS, destacou que a escolha do tema deste ano, “Fortalecendo a Cooperação do Sul Global por uma Governança mais Inclusiva e Sustentável”, é uma continuidade da histórica luta do grupo por maior representatividade na governança mundial. Essa temática reflete uma realidade internacional onde a participação econômica e demográfica dos emergentes ainda carece de representatividade nas decisões globais.
A cooperação entre as nações do Sul Global, especialmente na área de Inteligência Artificial (IA), também será um foco central. Os países do BRICS pretendem discutir a regulamentação e o desenvolvimento colaborativo da IA, enfatizando seu papel no combate às desigualdades. A questão da desdolarização das trocas comerciais também estará em pauta, visto que se tornou uma proposta sensível, especialmente diante de pressões externas.
Outro ponto de destaque é a recente entrada da Indonésia como membro pleno do BRICS, aumentando o número total de integrantes para 20. Com isso, o Brasil se vê diante do desafio de integrar eficientemente essas novas adesões às discussões e projetos compartilhados.
Além da Cúpula do BRICS, o Brasil também se prepara para a COP30, em Belém, que tratará de questões climáticas, estabelecendo uma sinergia entre os temas abordados nas duas reuniões. O governo brasileiro está também considerando um evento denominado BRICS Social, com o objetivo de estreitar laços com a sociedade civil e fortalecer a participação popular nas discussões, demonstrando a abertura do grupo para a inclusão de múltiplas vozes.
Com esses passos, o Brasil se posiciona não apenas como um líder regional, mas como um defensor do multilateralismo e da cooperação internacional, buscando fortalecer as relações entre países em desenvolvimento e promover uma governança global mais democrática.