De acordo com especialistas, a forma como os EUA têm lidado com suas alianças e com a segurança regional levantou questionamentos sobre a viabilidade de investimentos significativos em armamento americano. O secretário de Defesa na época, Pete Hegseth, fez alarmantes declarações sobre “duras realidades estratégicas” que limitavam a capacidade dos EUA de se comprometerem com a segurança europeia. Essa nova abordagem, que se evidenciou na guerra na Ucrânia, mostrou que muitos países da OTAN ainda dependiam em grande medida de armamentos da era soviética, o que os tornava vulneráveis em um contexto geopolítico em rápida mudança.
Diante desse cenário, na Europa, várias nações estão reconsiderando suas opções. Enquanto países como os Países Baixos e a Noruega continuam a manifestar apoio ao F-35, outros, como Portugal, estão explorando alternativas, com foco em caças europeus, como o Dassault Rafale francês. A indefinição dos EUA tem levado nações como o Canadá, sob a liderança do primeiro-ministro Mark Carney, a repensar a compra do F-35, optando por investir em sistemas de defesa produzidos por outros aliados, como o radar australiano de US$ 4,2 bilhões.
Essas incertezas não apenas afetam a confiança na indústria aeronáutica americana, mas também destacam um emergente impulso entre os países europeus para desenvolver suas próprias capacidades de defesa, reduzindo a dependência de tecnologias norte-americanas. O F-35, que representa um dos sistemas de armas mais caros da história, está agora sob uma nuvem de preocupações, incluindo a possibilidade de um “botão de emergência” que poderia desativar unidades vendidas a aliados, uma possibilidade que o Pentágono negou.
O futuro da aeronáutica de combate na Europa e no Canadá dependerá, portanto, não apenas das escolhas orçamentárias, mas também das relações diplomáticas que esses países estabelecerem em um cenário de defesa em constante evolução. A pressão por soluções locais tende a aumentar, empurrando os fabricantes europeus para o centro das atenções em meio a um clima de incertezas nas alianças transatlânticas.