De acordo com Pires, a presença de Hytalo, que possui respaldo jurídico considerável, complicou ainda mais a capacidade do Conselho em intervir. Embora a equipe notificasse o influenciador anteriormente devido à sua interação com os adolescentes, a autorização dos pais para que os jovens fiquem sob seus cuidados impede qualquer ação mais rigorosa. “Os pais desses adolescentes autorizam esses jovens a ficar na casa dele”, comentou a conselheira, evidenciando a limitação da atuação do Conselho frente ao consentimento familiar, que é um fator crucial na legislação atual.
O imbróglio gerou polêmica entre os moradores de Cajazeiras e acendeu um debate mais amplo sobre os limites de atuação do Conselho Tutelar, especialmente em casos que envolvem a influência de figuras públicas e a autorização dos responsáveis legais. Socorro Pires alertou que o órgão se encontra em um impasse jurídico que restringe a implementação de medidas efetivas de proteção aos adolescentes envolvidos, ressaltando a necessidade de uma atenção maior para garantir o bem-estar dos jovens em situações similares.
Esse caso não apenas é uma reflexão das complexidades enfrentadas por conselhos tutelares em todo o Brasil, mas também um exemplo claro de como interesses individuais e influências externas podem prejudicar a proteção de menores em contextos onde a legislação deve prevalecer sobre o consentimento. A situação exige uma reavaliação dos mecanismos de proteção e supervisão que o Estado deve garantir em relação aos adolescentes, especialmente quando estas questões envolvem figuras de destaque na sociedade.