Congresso vota e aprova PLOA 2024 com corte no PAC, inflação no fundão eleitoral e aumento recorde para emendas parlamentares.



O Plenário do Congresso Nacional em Brasília tem um grande evento programado para esta sexta-feira (22). É a votação da peça orçamentária da União para o ano de 2024. A proposta foi aprovada pela Comissão Mista do Orçamento (CMO) na última quinta-feira (21) e promete chamar atenção por diversos motivos.

Um dos principais cortes propostos no orçamento é de R$ 6 bilhões no Programa de Aceleração do Crescimento (PAC), que é uma das principais apostas do governo do presidente Lula. Também é importante destacar o valor recorde destinado para as emendas parlamentares, além de um aumento de 96% no fundo eleitoral em relação à disputa municipal de 2020.

A votação foi simbólica, sem registro nominal dos votos por parte de deputados e senadores. Num primeiro momento, o governo havia previsto R$ 61,3 bilhões para o PAC, mas o relator da Proposta de Lei Orçamentária (PLOA), deputado Luiz Carlos Motta (PL-SP), sugeriu um corte de 27%, destinando R$ 44,3 bilhões para o pacote de obras prioritário do Executivo. Posteriormente, após negociações, o montante foi elevado para R$ 55,4 bilhões, realizando uma recomposição de R$ 11,1 bilhões no PAC.

Essa recomposição envolveu cortes de verbas em outras áreas do governo e a utilização de uma “gordura” de R$ 6,3 bilhões decorrente de um salário mínimo menor do que o previsto no projeto original do Executivo.

O relator da Lei Orçamentária (LOA) de 2024, deputado Luiz Carlos Motta (PL-SP), destacou que o texto aprovado também inflou os valores previstos para o fundo eleitoral em 2024, atingindo R$ 4,96 bilhões, equivalente ao da eleição presidencial anterior e representando um aumento significativo em relação a 2020, já ajustado pela inflação. Na proposta original do governo, o fundão era de R$ 939,3 milhões. Este acréscimo será proveniente das emendas de bancada.

Além disso, o texto aprovado ontem destinou um montante recorde de cerca de R$ 50 bilhões para as emendas parlamentares, um aumento significativo frente à proposta inicial do governo, que era de R$ 37,64 bilhões.

Em meio a essa disputa pelo controle do Orçamento, o deputado Lindbergh Farias (PT-RJ) destacou que o texto prioriza mais recursos para os parlamentares investirem em obras e programas em seus redutos eleitorais do que para áreas fundamentais. De acordo com a proposta, R$ 16 bilhões do valor destinado para indicação dos parlamentares irão para as chamadas emendas de comissão, uma elevação em relação aos R$ 11 bilhões inicialmente previstos. O texto também define R$ 11,3 bilhões para as emendas de bancada e R$ 25 bilhões para as emendas individuais.

Dentre as decisões polêmicas na proposta orçamentária, vale ressaltar que outros programas prioritários, como o Minha Casa Minha Vida, tiveram seus valores reduzidos, passando de R$ 13 bilhões para R$ 8,9 bilhões. Já o Bolsa Família manteve-se inalterado, com R$ 170 bilhões, o mesmo valor proposto pelo Executivo.

Portanto, a votação desta sexta-feira para a peça orçamentária da União para 2024 promete ser acalorada e gerar muitas discussões entre os parlamentares, principalmente devido às decisões polêmicas e aos cortes propostos em setores importantes para a população. Acompanhe em tempo real os desdobramentos dessa votação tão esperada.

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