Agora, mais de duas décadas após a revogação dessa proteção, a discussão sobre a imunidade parlamentar ganha novo fôlego. Recentemente, aliados do ex-presidente Jair Bolsonaro têm manifestado um interesse renovado na proposta da chamada PEC da Blindagem. Este projeto busca restabelecer medidas que dificultariam a abertura de processos criminais contra membros do Legislativo, o que levantou preocupações sobre a possibilidade de impunidade e a relação entre política e Justiça.
A articulação por trás dessa reavivação inclui um suposto acordo com o atual presidente da Câmara, Hugo Motta, do Republicanos da Paraíba. A expectativa de um desfecho positivo para a votação da PEC é que aconteça antes que se inicie o debate sobre a anistia a indivíduos investigados pelos acontecimentos de 8 de janeiro, um capítulo controverso na história recente do país. A intersecção entre esses temas ressalta uma agenda legislativa que não apenas busca resgatar privilégios, mas que também deve confrontar a opinião pública.
Assim, o retorno da PEC da Blindagem se inscreve num panorama político complexo, levantando questões sobre o papel do Legislativo em relação ao sistema de Justiça e à responsabilidade dos parlamentares. O desenrolar desta situação poderá ter implicações significativas para a confiança nas instituições e para a governabilidade no Brasil nos próximos anos. O debate está se formando e, certamente, as implicações serão amplamente discutidas em diversos âmbitos da sociedade.